Na Argentina recém-começou a temporada 2012-2013, com 20 clubes disputando o Torneo Inicial da Primera División, novo nome dado ao principal campeonato nacional. Uma boa notícia para o futebol é o retorno do tradicional River Plate. Essa volta, por sinal, contribuiu fortemente para aumentar em 15% o valor de mercado dos elencos em relação à temporada anterior.
Essa é uma curiosidade presente em boa parte dos leitores desse OCE, vale dizer, em boa parte dos torcedores brasileiros, sempre de olho, às vezes atravessado, nos vizinhos do Sul e que a Pluri Consultoria preparou e soltou em bom momento. Os valores, como de hábito, são estimados a partir de metodologia e software próprios da Pluri.
Segundo essas estimativas, os 638 jogadores dos vinte clubes participantes, valem hoje 554 milhões de euros, valor que coloca o Primera División como o 3º mais valioso entre os latinoamericanos o campeonato do México vale 562 milhões de euros, 11º do mundo, e o do Brasil 1 bilhão de euros 6º mais valioso no planeta.
Para minha surpresa, e acredito que para surpresa de boa parte de vocês, o elenco mais valioso é do Lanus e depois dele, bem próximo o do Boca. Em terceiro lugar e já bem distante, o elenco do River. Na parte baixa da tabela nenhuma surpresa, com apenas um clube mais conhecido pelo torcedor brasileiro, o Quilmes.
Os dois meio-campistas do River Lucas Ocampo e Manuel Lanzini com 18 e 19 anos apenas, são os dois jogadores mais valiosos da competição. Vale a pena acompanhá-los com atenção, sem dúvida. Depois deles outro jogador jovem 22 anos e muito interessante, o zagueiro Lisandro López.
Essas diferenças de valores, como já foi dito muitas vezes aqui nessas páginas, são devidas principalmente à brutal diferença entre as economias do Brasil e da Argentina. Por sinal, o fato do principal campeonato argentino valer pouco mais da metade do nosso principal torneio, é bom indicador da qualidade do jogador argentino, uma vez que na relação entre os PIBs o brasileiro é pouco mais de três vezes maior.
De volta para casa ou trocando de crise?
Um fato curioso sobre o qual conversei ainda hoje com o Fernando Ferreira, diretor da Pluri, é o grande número de jogadores argentinos que deixaram a Europa e voltaram para casa, como pode ser visto no post Mercado de Transferências Desacelerado.
Tivemos o retorno de 174 atletas, a maioria sem custo, mas ainda assim um número expressivo para um país que vive uma situação econômica pouco agradável, para não chamar de crítica.
Talvez tenha sido uma troca da crise pior para a não tão ruim. Até porque uma coisa é certa: é sempre melhor, ou não tão ruim, atravessar uma crise em terra de grande produção agrícola.
Superclubes: não, não está esquecido e o Fernando jurou-me de pés juntos (não vi os seus pés, mas acredito em suas palavras) que o estudo será concluído.
Fonte: Globo Esporte