Mesmo na lista dos maiores campeonatos do globo, Brasileirão ainda sofre com público e renda nos jogos.
Após liderar 25 das 38 rodadas do Brasileirão de 2011, o Corinthians confirmou o favoritismo para a última rodada da competição, empatou em zero a zero com o Palmeiras e sagrou-se campeão do torneio.
O campeonato é hoje o 6º mais valorizado em todo o mundo, valendo US$ 1,3 bilhão (o equivalente a R$ 2,32 bilhões), segundo dados da Pluri Consultoria.
Mas apesar de aparecer entre as maiores potências da bola, o campeonato nacional ainda está longe de oferecer, fora das quatro linhas, a mesma qualidade que jogadores têm apresentado dentro de campo.
“A valorização do Campeonato Brasileiro deve-se ao bom momento pelo qual passa o país. Mas a questão que fica é como esse período positivo será aproveitado para termos um resultado concreto para o esporte”, avalia o economista Fernando Pinto Ferreira, sócio da Pluri Consultoria, especializada em pesquisa de mercado, gestão e marketing do esporte.
O resultado dessa disparidade é o público médio na casa dos 15 mil torcedores por partida, índice muito baixo para o país que tem cinco títulos de Copa do Mundo.
Como comparação, o Barcelona somou na última temporada 1,6 milhão de torcedores em seus jogos, mais que o triplo do Corinthians na edição deste ano do Brasileirão, que foi o time que mais levou torcedores ao estádio no torneio com 556 mil.
“Se não conseguimos atrair público, é porque não temos feito um marketing efetivo sobre o torneio. Nos próximos anos, o principal desafio será aumentar essa média acima dos 20 mil torcedores por jogo”, avalia Amir Somoggi, diretor da área Esporte Total da consultoria BDO RCS, ao citar a melhora na venda antecipada dos ingressos como uma das soluções.
No total, o Campeonato Brasileiro deste ano atraiu cerca de 5,7 milhões de torcedores para os estádios, número que supera a edição do ano passado mas que fica abaixo do campeonato de 2009, quando o público total do torneio foi de 6,8 milhões.
O principal motivo para essa queda é o fechamento dos maiores estádios do país como Maracanã, Mineirão e Castelão por conta das obras para a Copa do Mundo de 2014.
Receita em alta
Enquanto a média de público nos estádios está longe da ideal, a arrecadação do Brasileirão 2011 deve atingir 8% de aumento sobre o ano passado passando da casa dos R$ 120 milhões.
O resultado deve-se à melhora da economia nacional, que tem possibilitado a venda de ingressos mais caros a cada ano apesar das precárias condições internas das arenas.
De acordo com levantamento da BDO RCS, o preço médio dos ingressos no torneio nacional passou de R$ 9,23 na edição de 2005 para R$ 20,65 este ano, uma alta de 123,7% em apenas seis anos.
Hegemonia paulista
Entre os clubes que mais arrecadaram com o torneio, o Corinthians liderou com folga ao chegar próximo dos R$ 20 milhões, cerca de R$ 8 milhões a mais que o segundo colocado, o São Paulo, que atingiu R$ 11,2 milhões.
A explicação é que o time do Parque São Jorge teve não só o maior público como também o preço médio do ingresso mais alto do torneio, atingindo R$ 34 por jogo.
Nesse quesito, o Palmeiras ficou na terceira posição com o ingresso valendo R$ 26 em média. O fato fez o time aparecer na sexta posição entre os clubes que mais faturaram mesmo ocupando a 12ª posição em público.
Apesar da maior arrecadação com ingressos, o diretor da BDO RCS aponta outras áreas a serem exploradas pelo clubes. “A receita não vem apenas com bilheteria.
Temos que melhorar também a arrecadação na parte interna dos estádios”, aponta Somoggi. Ele argumenta que os camarotes das arenas modernas correspondem a 45% da receita de um jogo apesar de seu público representar apenas 15% do total de torcedores no estádio.
Fonte: http://www.brasileconomico.com.br/noticias/corinthians-e-campeao-do-6-torneio-mais-valioso-do-mundo_110053.html