Dos R$ 108,3 milhões pagos pelo Paris Saint-Germain para levar Lucas, R$ 81 milhões são do São Paulo. Mas nada disso será utilizado para trazer reforços de nome para esta temporada. Impedido de inscrever atletas vindos do exterior neste ano, o clube usará a receita para pagar suas dívidas com a fortuna da maior transação da história envolvendo uma equipe brasileira.
“É óbvio que precisávamos desse dinheiro por ter um passivo bancário. Com ele, temos condições de administrar o patrimônio e o caixa com muito mais tranquilidade”, comemorou o diretor financeiro Osvaldo Vieira de Abreu. “Temos um passivo bancário pagável a médio e longo prazo, mas esse será um dos nossos focos. Faremos algumas ações em relação a ele, alguns pré-pagamentos. Vamos fazer como qualquer empresário”, completou.
No balanço de 2011 divulgado pelo clube, foi registrado um superávit de R$ 220 mil, mas, de acordo com análise da Pluri Consultoria, as dívidas chegam a R$ 159 milhões. Como a equipe ainda não tem um patrocinador no espaço mais valorizado de sua camisa, Osvaldo Vieira de Abreu sorri sempre que ouve sobre os R$ 81 milhões vindos de Lucas. “É um valor razoável de bom.”
O montante só se transformará em contratações de peso em 2013, isso se o elenco demonstrar que necessita. A permanência de Lucas até dezembro é até uma maneira de minimizar a ausência de novidades. Mas o diretor financeiro não opina sobre a chegada de novos atletas nem prevê quanto será repassado para isso.
A responsabilidade para definição de reforços ficará com o departamento de futebol, que promete pedir com critério a ajuda financeira. “Vamos dar prosseguimento ao nosso planejamento. Essa injeção de receita tão substanciosa será usada em investimentos no departamento de futebol, no estádio e na unidade social. Um reforço financeiro como esse potencializará todas as áreas do clube, inclusive o futebol”, discursou o vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes.
Osvaldo Viera de Abreu explica que o planejamento para o futebol já está feito e só será mudado caso uma boa oportunidade de contratação apareça, algo improvável com a restrição de contratação para somente atletas que não completaram sete jogos por suas equipes no Brasileiro ou em divisões inferiores da liga nacional.
Até por isso, Jesus Lopes diminui a necessidade de um montante mesmo tão grande como o pago por Lucas. “O São Paulo sempre procurou administrar competentemente seus recursos gerados. A nossa situação financeira antes dessa negociação já era bastante confortável, nosso clube tem superávit anual desde 2003. Não houve nenhuma pressão de ordem financeira”, avisou.
Mas há, claramente, uma “alegria financeira”. “Os planos não mudam, faremos uma gestão eficiente como sempre. O que melhora é o nosso fluxo de caixa. Teremos poder de barganha, o que é uma melhora em todos os sentidos”, comemorou Osvaldo Vieira de Abreu, confiante de que o departamento de marketing conseguirá em breve um patrocinador para o peito e as costas da camisa.
Boa notícia que se somaria aos R$ 18 milhões recebido por Oscar entre a negociação com o Inter e a porcentagem recebida como clube formador na venda para o Chelsea, além do maior valor pago pelos direitos de transmissão do Brasileiro. “O dinheiro do Oscar, da televisão, do Lucas, os shows… Tudo ajuda a darmos continuidade em tudo”, falou o diretor financeiro.
Fonte: TERRA ESPORTES