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Valor de mercado de Adriano cai 95% em seis anos

Valor de mercado de Adriano cai 95% em seis anos
A partir de 2006 tem início o declínio do jogador, que já dura seis anos e coincide com o falecimento de seu pai
Fernando Pinto Ferreira

Com a encerramento do seu contrato com o Corinthians, o jogador Adriano desceu mais um degrau em sua longa trajetória de desvalorização, que já dura seis anos de forma quase ininterrupta.

Avaliamos o valor de mercado atual de Adriano em 1,5 milhão, uma queda de 95% em relação aos 31 milhões que atingiu em seu auge, na Inter de Milão em 2006.

– Desde que foi vendido pelo Flamengo em 2000 por 7 milhões, até seu auge na Inter de Milão em 2006, quando atingiu aos 24 anos um valor de mercado de 31 milhões, Adriano se valorizou em 343%;

– A partir de 2006 tem início o declínio do jogador, que já dura seis anos e coincide com o falecimento de seu pai;

– Houve uma breve interrupção na queda de valor de Adriano após sua bem sucedida passagem pelo São Paulo em 2008.

– Adriano se envolveu em 10 transferências nos últimos 11 anos, tendo atuado em sete equipes de dois países, quatro italianas e três brasileiras;

– O Flamengo foi o único clube a se beneficiar financeiramente da passagem de Adriano, ao vendê-lo em 2001 por 7 milhões;

– Apenas três das 10 transferências envolveram compra dos direitos econômicos, sendo que a transação Parma Inter Parma ocorreu em função de um acordo de co-propriedade entre as duas equipes.

Outras duas transferências foram por empréstimo e cinco foram transferência sem custo para o clube de destino;

AVALIAÇÃO DE MERCADO ATUAL DE ADRIANO

– Força física e capacidade de definição de jogo continuam a ser o forte do jogador;

– Aspectos Disciplinar e Disposição (vontade) são os principais fatores negativos, itens no qual o jogador recebeu conceito F, o pior da escala de valor do PLURI Soccermetric;

– Itens Idade, condição clínica e capacidade de retorno de marketing são outros critérios que vem contribuindo para a desvalorização de
Adriano.

O FUTURO

A idade pesa e o corpo sente as contusões e a fragilidade, frutos de um longo período sem a prática do futebol em alto nível.

Acostumado a ser cortejado por alguns dos principais clubes do Brasil e do mundo, atualmente as opções de mercado para Adriano são bastante limitadas, tendo as portas fechadas nos grandes clubes da Europa e na maioria dos grandes clubes nacionais. Portanto, seu caminho natural deve ser mesmo o Flamengo, uma nova chance que o jogador deve agarrar com unhas e dentes, pois em caso de fracasso seu caminho natural será encerrar a carreira ou buscar colocação em países e/ou clubes de 2ª e 3ª linha.

Caso sua transferência para o Flamengo se concretize, é bem possível (e até provável) que o jogador volte a apresentar lampejos, fruto de sua técnica e capacidade de definição de jogo, mas dificilmente veremos uma boa fase, regular e duradoura.

Neste momento, a ida de Adriano para qualquer outro clube no Brasil ou no Mundo está fadada a fracassar, pela falta de identidade do jogador com outras equipes, e pelo provável ambiente hostil que enfrentará, principalmente quando os resultados não aparecerem. O Flamengo reúne três pré-condições fundamentais para uma última chance ao
jogador:

1) pelo histórico vitorioso e por ser a casa de Adriano, existe identificação entre ambas as partes;

2) ainda tem apoio do torcedor;

3) é um clube mais adaptado às pré-condições básicas que esse jogador parece necessitar para dar resultados (leia-se: maior tolerância à atitudes pouco profissionais).

Também não se pode esquecer que, se existe um clube que se beneficiou da passagem de Adriano, esse clube é o Flamengo. Lá ele tem chance de recuperação.

Economista, Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Pesquisa de Mercado.

Contato: fernando@plurisports.com.br
Twitter: @fernandopluri