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Mineiros contam com retorno a BH para saírem do vermelho

A reinauguração do Independência aparece como a maior esperança de Atlético, principalmente, e Cruzeiro, para amenizar o caixa, já que os dois clubes fecharam o ano passado com prejuízo. E o fator determinante para que as contas dos rivais ficassem no vermelho em 2011 foi justamente a falta de um estádio em Belo Horizonte, o que obrigou a dupla a disputar toda uma temporada longe da capital, algo inédito na história.
 
Mas para aumentar o faturamento com a presença de público nos jogos não basta um Independência novo. Os dois clubes precisam vencer o desafio de ter bons resultados em campo, para que o torcedor se sinta motivado a comparecer ao estádio.

Se não conseguirem fazer boas campanhas no Campeonato Brasileiro, que começa no próximo domingo para os dois, Atlético e Cruzeiro correm o risco de não conseguir lucrar com a nova arena, por causa do alto valor do ingresso.

No caso do Independência, colaboraram para o bom público desde sua inauguração (25 de abril) até hoje aspectos pontuais, como a empolgação e curiosidade do público, além da importância das partidas, como disputa de uma vaga para as quartas de final da Copa do Brasil e confrontos pela final do Estadual.

Conforme a série de análises de balanços dos principais clubes de futebol do país nos últimos anos, feito pela Pluri Consultoria, a receita do Atlético com bilheteria em 2010 e 2011 chegou a R$ 11 milhões. A do Cruzeiro, no mesmo período, alcançou R$ 21 milhões. Para se ter ideia, só em 2009, com o Mineirão, o Galo faturou R$ 14 milhões e a Raposa R$ 20 milhões.

O Independência, onde é parceiro comercial da BWA, que é concessionária do estádio por dez anos, fez com que o Atlético voltasse a apostar num programa de sócios do futebol. O clube lançou recentemente o “Galo na veia” e pretende arrecadar bruto, num primeiro momento, cerca de R$ 1 milhão por mês com 5.400 associados. A adesão ao programa custa R$ 35 e a mensalidade sai por R$ 200. Eles terão direito a usar o setor inferior da rua Ismênia Tunes, que até agora teve as entradas vendidas a R$ 60.

O Cruzeiro tem o Sócio do Futebol. Atualmente, são cerca de seis mil torcedores, que a partir do mês que vem pagarão entre R$ 60, R$ 80 ou R$ 120 por mês e têm entrada garantida em todos os jogos do clube como mandante.

As adesões ao programa estão suspensas. O clube trabalha num novo projeto, em que o torcedor paga R$ 25 por mês e não tem direito a ingresso para os jogos, mas sim a preferência para a compra do bilhete.

Sócios dos clubes não enchem o Independência

Os números deixam claro que só os programas de sócios não serão suficientes para encher o novo Independência, que tem capacidade para quase 25 mil pessoas. Se Atlético e Cruzeiro não disputarem a competição na parte de cima da tabela, correrão o risco de esvaziamento do público e até de adesão aos programas.

O histórico recente dos dois rivais mostra eles jogando o final do Brasileirão do ano passado com a corda no pescoço, pois corriam risco de rebaixamento. Para ter o apoio da torcida, a saída foi promoção no preço dos ingressos. As entradas eram vendidas a R$ 5.

O Independência não comporta mais isso. O estádio é privado e as despesas são infinitamente maiores se comparado ao que se gastava para jogar no Mineirão ou na Arena do Jacaré. Além disso, os próprios programas de sócios impedem um ingresso mais barato no Horto.

Os associados dos dois clubes têm uma série de vantagens além da entrada assegurada nos jogos em que as equipes atuam como mandantes.

Mas de toda forma, seria uma estratégia desastrosa de marketing cobrar ingressos a R$ 10 ou R$ 20 do torcedor que não é sócio, sendo que, na média, o valor da entrada do associado é muito mais alta do que isso. A solução é fazer mesmo um bom Brasileiro, para que as duas torcidas possam ajudar seus clubes a pagar as contas.

Cota de TV salva a pátria

Na contramão do prejuízo na temporada 2011 aparecem os direitos de TV, responsáveis pela maior arrecadação dos clubes. Ainda de acordo com a Pluri, a receita do Atlético nesse item saltou de R$ 26 milhões, em 2008, para R$ 40 milhões em 2011, expansão de 53,8%. Já a do Cruzeiro, no mesmo período, passou de R$ 28 milhões para R$ 55 milhões, o que representa um incremento de 96,4%.

No ano passado, a receita com transação de jogadores representou a segunda maior fonte de renda para os dois clubes, sendo R$ 23 milhões (Galo) e R$ 30 milhões (Cruzeiro).

Em terceiro lugar aparece o segmento de marketing, que reúne receitas de publicidade e patrocínio. O Atlético, que teve seu departamento de marketing extinto pelo presidente Alexandre Kalil, abocanhou R$ 18 milhões, contra R$ 29 milhões do rival.

Com cerca de 4,6 milhões de torcedores, segundo levantamento apresentado no relatório da Pluri, o Atlético apresenta dívida de R$ 80,42 por torcedor. Já a receita por torcedor é de R$ 21,83. Os números do Cruzeiro são mais robustos. Com cerca de 6,6 milhões de torcedores, o clube apresenta dívida de R$ 18,31 e receita de R$ 19,58 por cada um dos torcedores.

Pelo balanço, a receita operacional do Atlético cresceu 7% em 2011, na comparação com 2010, passando de R$ 93 milhões para R$ 100 milhões, em números redondos. Por outro lado, o endividamento, no mesmo período, subiu de R$ 319 milhões para R$ 368 milhões, incremento de 15%.

No Cruzeiro, em igual período, a receita cresceu de R$ 101 milhões para R$ 129 milhões, expansão de 27%. A dívida total do clube é bem menor do que a do rival, mas subiu de 2010 para 2011, de R$ 112 milhões para R$ 120 milhões.

Segundo a Pluri, os dois clubes se igualam apenas quanto ao nível de transparência na divulgação de balanços, classificado de “baixo” pela empresa. “As boas práticas recomendam que o balanço do clube esteja disponível através de link na página inicial do site”, diz o material divulgado pela Pluri.

No site do Cruzeiro pelo menos é possível acessar o balanço de 2011. Já o do Atlético não oferece essa possibilidade à sua torcida, pois não há nenhum link para os balanços patrimoniais do clube, diz o relatório produzido pela Pluri Consultoria.

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